terça-feira, 30 de dezembro de 2008

chame seus desafetos, afetos, fetos e agregados

eu gosto de muay thai e de bananas. mas ultimamente ando comendo bastante ameixa. minha avó vive querendo me enfiar laranja, mas gosto mesmo é de fazer brigadeiro. tenho um apreço grande por filmes, eles me inspiram. mesmo o mais sujo inusitado filme, me inspira. meu humor varia, e meu poder de persuasão também. gostaria de convencer mais as pessoas do meu desgosto... ninguém acredita que eu sei contar piadas, aliás, gosto muito delas. das mais insanas até as piadinhas de pastelaria. mas o que é um peido pra quem está cagado,não é mesmo?! saio contando minhas piadas por aí... as inventadas e as copiadas. um dia vou produzir um espetáculo piadístico, e vou reunir todos os meus amigos neles. não que eu os ache uns palhaços, mas... é,eu acho. mas a vida é mesmo um grande circo, a minha pelo menos é. engraçado mesmo essa coisa de retratizar a vida. um suco de limão as vezes me cai bem. chega de conversa, vamos pro bar! Tem café?

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

notas de uma partida

beijei o cachorro da vizinha e quis lhe dar amor. e pra declarar o meu adeus contratei um novo amor. chamei ele de meu bem, e disse que com ele agora estou. pra declarar meu abandono, encomendei algumas flores: hoje é o dia de seu sepultamento. essa voz que te acalmou se despede. recortei até poemas, mas não quero mais te ver. é um aviso à saudade, tomei ela com afeto. agradeço seus abraços. um compromisso faço eu, agora, com a vida. já tive raiva, laguei-a por aí... descobri que tem gosto amargo de pequi.
certa vez jurei por Deus que largaria isso de mão. perdi essa aposta e voltei pro seu colchão. outra vez eu prometi que tentaria esquecer, perdoaria você. mas de que adianta um médico bom pra quem quer morrer?
pra declarar minha partida, vou sem beijos, sem despedida.
vomimbora de você.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

besteiras listadas

te dou uma pista,
eu tenho uma lista:

contém coisas, contém cacos,
algumas fotos, poucos fatos.

Imagens e céus,
e cores umas
sangrando puramente
ao lado das outras.

as fotos da infância
retratos e lembrança.

como eu ando,
escrevo na luz
a leveza das formas.

(PEDRO COUTO)

domingo, 21 de dezembro de 2008

domingo é um dia inoportuno

essa história é sobre um sujeito falsário. mas não um falsário qualquer, esse tinha tato. as vezes falava bonito, todo cheio de espírito e opiniões sujas das bobeiras mais feias desde mundo. vivia dizendo coisas sobre o fim dos tempos, a falta de amor e a ausência que sentia de Deus. pelos outros, se contentava fartamente em ser odiado. e vire e mexe se trancafiava por dias no minúsculo apartamento com o Zé, seu vira-lata. é, acho mesmo que esse só podia ser seu destino; bem solitário e fadado a morrer sem dente, apenas com a companhia do único ser da sua mesma espécie que o agüentava. acho que por ser uma pessoa peculiarmente individualista, queria pra si só guardar todos os seus demônios. libertava-os vez ou outra nas entrelinhas de seus precários poemas. num instante ou outro buscava um motivo besta pra se sentir bem. mas era só. ainda sim, atrás de cada gesto bonito ou feio, se escondia ali seus demônios.
nos domingos ele abria a porta pra mim. nas muitas vezes que cheguei, ela estava escancarada. ele sabia que eu entraria, sempre fui mesmo incapaz de recusar as recompensas de minhas visitas e lhe daria de volta, afeto. e sem jogar-lhe na cara seu medo luxuoso dos inimigos depois daquela varanda. e me pedia sempre para calar-me quando eu, frustrada, tentava jogar-lhe pouco de esperança no flagelo que era seu coração. fazia um discurso enorme sobre como os sujeitos são solitários e todos nós estamos fadados a engasgar na própria gargalhada:
- "dizer que todo mundo é especial é uma bela forma de afirmar que ninguém é"
foi na última visita que o próprio, com cara de repúdio disse algo sobre o amor. me embalou com som de bandolins, velas e vinho barato. por calorosos dois dias e duas noites senti com ele a angústia daquele prédio. e foi em meus braços que seu coração parou. não sei se tanta dor, tanto medo, ou tanto nada de nada foi a causa. mas os médicos me asseguraram que era destino.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

tem teatro no canto do bode.


...Que somente os dementes, os loucos, os teatros, Os corações, os quixotes, os palhaços, Podem vencer os dragões aliados Aos caminhões e aos supermercados.  E assim retornando essa doce loucura Que o transe, o abandono e o delírio procura Pra devolver ao amor plenitude No êxtase ter-se outra vez a virtude.  Que a inocência, essência do sonho, devolva Os sais abissais do amor às alcovas. Desta casa onde casa e se cria Um degrau Da minha catedral O teatro do ator que recria Quixotes de Espanha La Mancha e Bahia. E pelo arauto No alto do palco Onde o mito vomita uma história Que repete a estória da história.   O canto do bode

sábado, 13 de dezembro de 2008

à carta da 7ª casa






Fiel a ilusão
esfanradula toda de um corpo
perto doutro corpo

desilusão fiel
sobre uma expectatividade monstruosa
do calor do outro
bem pouco
amorx
e mais nada


(conitua)

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Epistolaridade

Se eu não digo
é a preguiça
se o impulso rouba,
eu falo

Não se pede muito da palavra.
Murmurando o silêncio,
fuga epistolar.

Roubando suspiros daquela sala
roubei pra mim,
ditos.
Ditados que diziam:
não volto mais.

Porquê não quero mais
nem a formosa voz
seca, roxa, pura, espaçosa voz...
nem por esta, voltasse atrás.

Foi a voz
que disse no sussurro: adeus!

Rocou toda formosura do sorriso
dos ditados da outra voz.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Está aí um apelo

um mal visto que não deveria ter sido visto nem falado nem planejado
e fico me perguntando o qual maldito gosto
que fez me decepar encosto
e achar aquele desgosto.

Entre o efêmero e o eterno,
precisa-se de um neologismo Vital.

Esse é o tipo de coisa que me faz perder o fôlego...

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

word's soup

Esse título ficou bem mais eloquente

acho-me uma droga
quanto mais vejo o que faço depois de feito.
Mas a maravilha deslumbrosa do momento faz o fazendo tornar-se delirantemente oposto e gostoso
bonito e admirável
O que eu penso não é nada específico
é uma serie de sonhos que eu ando querendo ver além de mais
ninguém sabe de meus infernos pensários...
que continua belo
porquê é, de fato, bom tudo aquilo que dá raiz. Raiz de vivo que é
só de respirar tá bom.
E como se assiste um quebra-cabeças sendo montado, assistir um jogo de xadrez
[sem nunca ter visto um Rei.
Como qualquer fumaça que atrapalhou qualquer arrumação.
é o que é o que sinto como é.

sábado, 22 de novembro de 2008

auto-biópsia sem factos

me disseram:
Diga com quem andas e te direi quem és
e se por acaso eu andar sozinha livremente sozinha literalmente com todo o poder do sozinho,seria eu então sozinho? se só.
vejo as pessoas,as vejo no meu caminho.mas ando sozinho. a-visto de longe,longe. longe que sou e estou. sigo sozinha
sozinha que estou,carrego comigo um prazo de validade. os meus sentidos também têm prazo de validade
validosamente vencidos. todos eles. a vaidade vencida da vida que venceu o dia pra vencer todo o querer.
a difração é mais notável quando e porque se perde a noção do que é falado, propriamente falando a fala venceu...
o que me consta é que ninguém foi capaz de transpor em notas seu próprio vencimento. delírios de vencidos desafiados mortais. meros desassossegados.
o que se faz possível para cada um,ser SE não estiver sendo
existir não sendo real. seu próprio heterônimo

Do nu que é o ser,
o que se sabe dele ser; só é, se só-zinho.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

essa tal da indecência:
Mas eu mordo com o maior respeito do mundo!
apetitosa suculenta voz do ser de lama. só pode ser movida pelo mais profundo desejo de reparação da mente poluída com desejo poluído enxarcado de pensamentos e atos maldozamente preparados de uma simples e pura indecência. a indecência vem de dentro é coisa feita,menino grande. um homem fragelado, promíscuo. é a vergonha que move a compaixão dos outros seres para com ele. pobre homem... foi achado por entre os becos na sua forma precária,cobertura feia, escura,preta. um urubu! homem da lama...
Sua saliente,imoral.
isso tudo é má-querência de si próprio,homem da lama.

...emoções voluptosas... quase que a pobre menina do campo de vestido azul acredita no homem da lama.

O homem da lama e a menina azul...
a malidecência e a ..menina azul

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Escrevo só para que saia de mim, pq se ficar dói. mas é só.. depois jogo fora.

Essas coisas devem ser fome, eu sempre estou com fome e não é atoa pq a minha digníssima avó me deu biotônico fontora até os 11. tudo é tudo muito demais comigo...não me aguento. é a vontade de ser boazuda nas coisas,nas formas e ques formas belas formas formosas cheias de formosua e fartura. aliás, é de fartura mesmo que estou falando pq tudo farta de vida. farta dinheiro,amor,compaixão,amizade,vida, farta tempo. tempo farto esse que me enche de saudade das coisas vividas passadas deixadas pra lá em algum lugar de lá que eu volto sempre que dá. acho que vem daí minha paixão pela fotografia que me guarda os traços bem feitos de cada momento gostoso e não-gostoso até desgotoso que ele pode ser. aaah que bela é a fotografia. fotografia me lembra amor, pq termina com A que termina meu nome também, adoro meu nome. adoro tudo das coisas não-adoradas. é véro. mas é pq vejo a serventia de tudo, tudo tem que servir pra alguma coisa com a mais pura inocência do que é. aliás, inocência que carrego comigo. a mais pura e bonita bondade que meu coração comporta, tenho o coração muito bom e bonito todo cheio de beleza até sei perdoar. eu odeio pontos-finais, pra quê eles? qria eu escrever tudo assim escrevendo logo de uma vez sem pontura,que chatura essa coisa toda de ter que apertar as coisas. tal que nem uma paisagem cheia de coqueiros e gaivotas essas não têm pontos. e tem mais: têm gente gorda correndo felicimente saltitantes e contentes. é gente gorda, cheia de fartura de forma pq esse é o símbolo de felicidade, e de saúde. e justo eu que estou na flor da juventude sadia. joventude bonita hein! cheia de desculpas precárias pra atos insanos e egoístas... êta povo besta!