quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

meu desespero

Meu desespero
meu desespero é
lindamente meu.

ninguém
me tira a agonia
a agonia de saber demais
saber demais algumas coisas

coisas sobre eu mesma.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Dou mais importância a um pedaço de parede riscada caído no chão. Eu ainda escrevo porque eles não me deixam brincar mais. Eu estou hoje, descaso da cabeça aos pés. Acho que escrevo com a mesma lentidão de um fotógrafo. E além disso, forço tudo. Vou fotografando com a mesma pungência de um escritor necessitado e com pressa. Que grande desastre!

Eu, agora estou desastre da cabeça aos pés. A fotografia é a única coisa que vale a pena. Não posso evitar de entrar em contato com o tédio. Derreto todos os dias. E em cada dia, tudo fica velho de novo.

Aprendi que quem não tem o que fazer, deve realmente ficar sem fazer nada.

domingo, 6 de dezembro de 2009

É difícil acontecer. Mas sempre pode. E aconteceu. Enfim, uma coisa que eu não pude controlar. Uma coisa em tanto tempo... não pude. Até poderia, mas não deu tempo. Que assim seja. Mas, que não seja de novo. Preciso inventar algo novo. Procurarei um emprego.

Tenho de parar de roer unha...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Eu treino todos os dias: é preciso aprender a viver. É medo e presunção acreditar em limites. E o contrário disso, mas nada bom é acreditar que se pode ser ilimitado. Você está ilimitadamente marcado de limites. A intenção não é tomar para mim todos os aplausos da casa. Mas preciso tomar o repudio de quem entende do assunto e sabe que é bom viver e não gostar disso.
Não, nada de ódio nem depressão. mesquinhagem total dizer-se de depressivo. É a merda mesmo, a sujeira e achar graça disso.

Estou eterna e diretamente ligada ao compromisso da minha moral. Não posso evitar entrar em contato com a baixeza, mas é aí o segredo de fazer com estilo. O engraçado é que eu não sei fazer nada disso. A vida engana em todos os aspectos.

O que me faz amar, verdadeiramente, ser macia e cretina.

sábado, 7 de novembro de 2009

Se completo é algo que já não há... não aceito a inquietação. Decidi que todas as teorias são inúteis. Falo-me a mim mesma o tempo todo, afinal, alguém precisa me orientar.
Sinto um vago receio prematuro. Estou hoje, Camilo Pessanha da cabeça aos pés. Não sou nada tão quanto os Nefelibatas, mas hoje sou pessoa imaginária. Amanhã estarei no chão. Espero que não chova. Vou a medo na aresta do futuro, embebido em saudade do passado. Saudade do presente. Sou perseguido pelo remorso da saudade. Sem isso o coração é quase nada.

Saudade é um sinal de que a memória funciona diretamente ingrata com o coração.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

o amor é amoroso


o amor ama até quem faz cocô

e toma cerveja(ou café)
e lê jornal(ou revista)
e fala bem do mal-feito....

e quem gosta disso também.

domingo, 23 de agosto de 2009

E finalmente...não tenho o direito de estar cansada.

É bastante remota a possibilidade de isso dar certo de novo. Quero dizer, nunca deu mesmo. Mas se não fizer, morro.
Vou aproveitar a deixa desse domingo. É isso! Hoje é domingo, e tem mais: de agosto.
Duas palavras traduzidas em uma só: merda (mas não a merda bonita do teatro, é a merda bem feita depois da buchada de porco, de bode, sei lá).
Agosto e domingo significam a mesma coisa pra mim. Ou seja, todo dia é domingo no mês de agosto e todo domingo é um mês de agosto inteirinho no lombo.
O que eu fiz dessa porra aqui foi um diário sem graça e pior ainda, meu. Acho que quando eu quis parecer, eu fui. E agora sendo. Deus, que bobagem!
A ligação ainda é massiva, mas isso não quer dizer que eu queira mudar alguma coisa. Minha apatia se tornou um papel fantástico nesse desenrolar dos fatos....(riso) genuíno.
A mentira é mesmo uma bobagem acessiva e barata para os bons.
Passei esse tempo passado fingindo estar ocupada com desgostos, mas a verdade é que não tem nenhum. Nem vida mole para se vingar, nem porra nenhuma para lamentar. Lamentável. Como se a mente criasse versões cada vez mais complicadas da realidade e tudo virasse verdade no final. Esse é o meu talento.
A cabeça da gente ferve tal rapadura no taxo pensando no porque que as coisas acabam até a conclusão de porque diabos elas começaram. Acho que dá azar comparar.

E sei que se eu dormisse bem...mataria a todos.

domingo, 7 de junho de 2009

inverossímil demais

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Minha existência está cada vez mais cansada e murcha. Mas como seria uma lástima já querer despedir-me tão cedo, eu tento e fico...
Vou ficando e preenchendo o tempo com lamentações bestas que eu faço sobre qualquer motivo carente que me apareça. Eu guardo um pouco para o riso negro. Deste eu ainda não perdi o gosto.
Queria eu trazer às linhas contos sobre as passagens bonitas dessa vida. Porém, como no cordel aqui se há verdade. Que é esta: meu desgosto.
Também não deixo de achar que ele é passageiro. E assim eu vou ficando...
Não é para lá estar escrito “aqui jaz alguém que morreu tão melancolicamente quanto vivera”.
Quero dar a lembrança pela indiferença, pela discrepância e (des)vergonha de falar e agir. De um jeito tão leve como quase não sente as coisas.
Até então: eu vou ficando...

Minhas letras estão mais líricas por enquanto. Eu anseio acabar com isto logo, para voltar aos encantos de um conto. Mal contado que seja, mas eu prefiro. Deve ser culpa do Memorial, fica me fazendo querer imitar o diário...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

ta-lento

possibilidades assustadoras
tanta coisa já não é
e agora é, se não era
se perde... desaparece.
para onde?

o encanto é nulo
frágil o bom
tão sensível e
pequeno que não dura

o que torna a situação
um pouco mais trágica

terça-feira, 21 de abril de 2009

não sou uma pessoa no plural

Eu olho para frente porque minha coluna dói de ficar curvada para o chão o tempo todo. Esse tempo mesmo que eu não tenho pra prestar atenção nas cores do caminho.
Outro dia eu vinha andando. Guardo na luz algumas paisagens. Não é costume, é obrigação. Devo isso a minha alma. Tanto faz me fazer entender.
Lembrei de alguém que tinha um discurso bem besta sobre a falta de compromisso. Isso tenho eu com a coerência. Ela é mesmo desnecessária, mas em não fazê-la estamos mortos.
Sentada eu sinto dor na coluna, deitada eu não me levanto, em pé... eu quase não ando. Meus músculos são tão tensos que os chamo de tumor. Ainda(ou já) tenho 16 e sofro de fluxo social traumatizante(Eu mesmo, o inventor). Sinto as rugas no rosto e minha alma tem tremor. Esse é um problema sério...Quando chegar na velhice, vegeto.
Só terei as plantas e um vira-lata. Odeio gatos. Talvez um rato, baratas... O que vier no pacote.
Tenho a alma empoeirada. Brônquios e cavidades entupidas. Nasci tarde demais, eu deveria estar aqui muito tempo atrás.
Faço isso o tempo todo: ser feliz em desencanto.
A alma em desalento... Asco do sossego. O homem em sossego é um homem infiel. Não existe sossego. Existe a vida. Que o sossego não acompanha. É assim com todo o Bom. Basta para muitos. Para mim não
Meu rosto é candura. Alma é áspera.

Amareis mais que eu um dia... Não, por enquanto.

sábado, 11 de abril de 2009

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Turvando

Tornillo de vidro
Deixa-se quebrar
por puro desapego
Não deseja mudar

Somos inimigos de corpo
alma e coração
Somos amantes
Amados e amamos
Por isso nos odiamos

Turvando

quinta-feira, 19 de março de 2009

meu jardim segredo

como se espera alguém, eu espero o dia inteiro
eu olho pro céu, com a alma gritando afago
que pombos me salvem

jardineiro foi-se embora
sobrou uma poça
vazia
iluminada
e escura
no meu jardim

vejo da janela vidas sedentas por ação
eu não tenho a mesma vontade
de antes
a verdura da mocidade é escassa no meu rosto
eu já sinto as canelas fracas

como se esperasse alguém
eu ando de todos os lados
procurando sentir o prazer do conforto
da alma sadia

eu tenho na superfície a secura
de alguém que já foi rei um dia
de alguém do país da candura
de alguém que cultivava um jardim

tem uma poça de infidelidade
no meu jardim
de alguém que já foi besta um dia
de alguém que já sofreu sorrindo um dia

terça-feira, 17 de março de 2009

pluma bonita
branquinha
e seca

me molha os olhos
por passar
tão distânte de mim

assopra por ai
causos e acasos
fatos bem bolados
de onde veio

pluma querida
sente dor alguma
se existir
não sente nada

sutil
.leza.
gentil
.leza.
é cada traço,
seus fiapos

terça-feira, 10 de março de 2009

tem uma poça
de infidelidade
no meu jardim

segunda-feira, 2 de março de 2009

Memória da sarjeta da malícia:
Uma mão suja a outra. E no decorrer de tudo, as duas vão empurrando todo mundo na medida do possível.
O ser - humano tem a constante necessidade de superar o outro em alguma coisa para, então, ser feliz. Isso é normal e aceitável. O que não é, é quando ele esquece de que a prioridade é seu próprio bem e não o mal alheio. Há uma diferença aí.
É bastante remota a possibilidade de não se tropeçar na eterna tentativa de descanso moral. Todo mundo tenta no esconso preservar-se... mas não dá. Já fomos expostos, estamos aqui pra isso. Às cegas, a gente vai levando pra seguir a seguida. Isso depende mesmo é da nossa querência.
É muito relativo falar da vida assim, espero que ninguém descubra. Infeliz daquele que tem um desempenho impecável, se alguém entendesse o sentido dela eu não estaria na sua cabeça.
Todo mundo quer ter razão. E eu também.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

cata-o-vento
rouba amor
descobre a dor
e mora em mim para todo o sempre.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

estou com dor

Estou com dor em lugares que nem existem.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Eu não sei se é só ruim ou crime, mas eu, querendo mesmo, sei das suas sujeiras todas. As que você passa pra algum lugar, achando que ninguém mais vai ler, ou saber que existe. Eu sei, eu descobri.
A coisa era normal, pura diversão. Eu tinha planos, poderia até te procurar, xingar, talvez te bater. Depois poderia sair por aí contanto pras minhas amigas safadas o que eu fiz e todas ririam comigo o tempo todo da estória debochando da sua cara. Eu ainda posso fazer, tenho propostas. Umas idéias mais loucas que a outra pra te envergonhar. Mas eu não posso fazer isso. Não mais. Porque eu não me lembro mais o motivo do furdunço. Esqueci a muito tempo...
Agora, o que eu sei é que eu sei de tudo. Sua vida já é minha novela preferida das 11. Não posso ficar sem mais.
Tenho medo de um dia descobrir. Mas e daí. Não passa pela minha cabeça o que você pode fazer, afinal, pelo que eu me lembre você não passa do meu ombro.
Isso tudo é muito sem cabimento. Nem pé, nem cabeça. Mas e agora? Eu já tenho a coisa toda planejada mesmo. No meu dia eu faço tudo que tenho que fazer, ou não e depois vem: você.
É mesmo engraçado como eu discurso para as pessoas o quanto te odeio. Mas isso é um segredo nosso. Eu não gosto de você mesmo. Eu não gosto nem de meus amigos. É todo mundo muito chato que fala demais e de uma hora pra outra me enoja.

O plano é o seguinte: eu tropeço, você cai.

Eu ando com a impressão de que não é muito lúcido te acompanhar. Mas é realmente uma coisa de que eu não tenho preguiça. Eu tenho preguiça de tudo.
Gosto mesmo é de encostar o dia todo, em qualquer lugar e babar. Pra sempre.
Mas quando o assunto é você, eu venho aqui, pra te ler.
Você discursar me mata. É suicídio. Mas eu preciso um pouco mais, cada dia.

Eu não me drogo. Mas será que é isso que querem dizer quando se fala da coisa do vício, a dependência, a loucura toda?! No mínimo, é bem parecido.

Será que na sua idade eu vou ter o mesmo encosto? Do desgosto, do tédio?
Eu fico com medo desse assunto, porque eu já tenho um tédio bem grande, o tempo todo eu tenho preguiça e quero me encostar. Na parede, na cadeira, em qualquer lugar. Sempre tem um bobo também, que eu vou levando na conversa. Aí as pessoas ficam achando que eu sou carinhosa.

Se eu soubesse onde mora, subiria no telhado e ficaria te escutando calada como um cachorro faminto.

Eu tenho que fazer alguma coisa por mim. A vida logo ali, e eu aqui com você. Não quero mais nada, além disso.
O corpo dói o tempo todo, a nuca, os ombros. É a tensão. Ou outras possibilidades... assustadoras.

A conta está aqui. Não quero pagar. Coloquei num envelope, mas não sei se não seria uma audácia te mandar a conta do analista.

sábado, 31 de janeiro de 2009

Acho que lá no fundo ele sabia que todo mundo sabia que o motivo do esconso era vergonha. E por ali ele foi ficando quando era cada vez mais claro que as pessoas agradeciam sua ausência pelo mundo a fora. Ele não tinha muito que oferecer paras pessoas mesmo... Sempre foi um menino chato que quebrava os brinquedos de todo mundo da rua na infância.
E conforme o tempo passou, a estrutura que chamamos de família desse garoto foi se dissipando. O pai foi-se embora com outro homem, manchando a dignidade do sobrenome da família e a mãe não agüentou e foi-se também pra outro plano melhor que o nosso. O irmão vagou pela cidade descobrindo a saliência e a bebedeira até que um dia sumiu também.
O garoto cresceu... Sozinho mesmo, sendo ajudado por vizinhos até descobrir o poder que tinha com a dinheirama que lhe sobrara. Era dinheiro pra dar com pau!
Depois de crescido ele não esqueceu dos que o socorreram na meninice. Deu uma quantia em moedas pra cada um e quando estavam quites tratou de estabelecer uma apatia severa entre ele e o resto do mundo.
No começo ninguém deu muita importância pro rapaz:
“Isso é trauma sentido agora. Quando ele chorar o resto da dor, vai passar.”

“No desassossego do meu lar, eu venho e vou sem sair do meu lugar”
Era a única coisa que se ouvia daquela porta. Ele jamais saira depois do carnaval de 78. Nunca mais pisou na rua e a paisagem que via era a mesma há cinco exatos anos.
Fez adaptações na casa pra não ter que encontrar com ninguém quando chegada a hora da comida, produtos de limpeza ou roupas novas. Menos por conta de roupas novas do que do resto porque dizia gostar dos velhos trapos mesmo, o cheiro era mais real. Enfim, ele tinha dinheiro pra essa baboseira toda. Gente com menos condição não pode se dar ao luxo de não querer mais sair de casa pra nada.

E ainda tem gente que diz que psicologia é coisa séria!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Pacu despedaçado

O sangue sempre amarela

o sangue de cada um tem a mesma valia
tú só tem o direito de pedir o sangue que perdeu
quem ultrapassa esse direito
paga dobrado
em vida, ou em outra


E a vida se divide
quando é chegada a hora do sangue descansar
a faixa preta indica a esperada

E a moça foi deixada
lá pra depois da estrada
que apareceu como sereia, encharcada de amor

Pacu despedaçado
Acabou, homem
acabou tudo

domingo, 25 de janeiro de 2009

Não é sobre o amor.

Isso não tem muito haver com o amor. São os cacos doloridos da decisão, se for ela o silêncio... Que pede força mental maior do que em qualquer outro ferimento. Ignore, se for possível. Se a prematura braveza for a decisão, repense. Falsa postura é dor maior. Não pode evitar-se entrar em contato com a fraqueza. É massiva a ligação entre a saudade e a miudeza da mágoa. O que torna as coisas mais difíceis, quando a mágoa é mesmo miúda perto da maldição do apaixonado.
Vai ser perseguido pelo remorso da paixão. Maldita. Encantadora. Fria e esquisita. Não se tem outro assunto que rodeia o iludido. Demente aquele cheio das boas intenções, repartido por vontades das mais diversas inquietudes insaciáveis que são os desejos carentes do... apaixonado. O esforço é constante para não se parecer só um idiota, mas ser um idiota bem sucedido na melancolia das promessas, juras e feitos singelos, mas que se parecem muito com mancadas que damos na infância. Quando não se percebe que não foi obtido o sucesso esperado, o desespero. A sensação de que a vida se engana de si por todos os lados é presente e trás consigo desejos irreparáveis de que nenhum sentimento é a prova d’água e que o coração não é mais um esconderijo fiel e sim um grande parque de diversões desses que têm nos filmes de terror onde cada rosto esconde uma careta dolorida de um escândalo passado qualquer. Todos os aspectos da estória são motivos de profunda reflexão própria. E na medida em que uma coisa trás a outra a apatia aparece. Por pessoas desconhecidas que de alguma forma despertou no outro qualquer interesse de vínculo. A agonia toma conta e vão surgindo então várias formas de azar, coloridos e sem cheiro. Dá um azar enorme compará-los.
E a percepção de amor começa daí a ser definida. Mas isso tudo não tem nada haver com o amor. Talvez o amor nos queira dizer outra coisa. Mas quem se importa?! A essa altura do campeonato lobos estão papando galinhas de montão. E ninguém tem mais o controle de nada.
Só que nada disso foi real, e ainda assim trouxe uma dor pra lá de verdadeira. Porque foi sentida. Quando nada nem ninguém mais importam e você fingiu estar ocupado com os desgostos do seu passado, que inclusive toma mais conta do seu presente do que o almoço. Deus, que bobagem! Você se torna inacessível e vai achando essa atitude genuína, você está forte demais.
Mas não foi o bastante, a ligação ainda é massiva e não existe, ainda, uma forma alcançável de fugir da paixão pelo agressivo.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

19/08/08

Tudo que preciso
há de estar em mim. Sou sensitiva [na medida do possível. E o que não tenho
invento no papel.
Palavras, sempre gostei muito delas. E delas, aprendi que não preciso. Quanto menos, pior.
No dia em que proseei, me preocupei. Preocupei quando olhei para o céu e você apontava urubus.
Já usaram tudo que havia, pra dizer o que havia de se dizer. Vejo, enxergo o cheiro da prosa.
Não tem preço o que vejo como vejo o que enxergo.
Meu olho é múltiplo, clínico, crítico e
cínico.

sábado, 17 de janeiro de 2009

à carta da 7ª casa

com dedicação, me apliquei a colorir suas mentiras
pintei das cores mais bonitas
fiz elegância

acolá tinha caviar, vinho e acordes
no canto fiz borrões
e quem diria que isso esconderia bem os nós da sua saliva

pintei as noites frias com giz de cera
dobrei, cortei, empacotei
os descasos tratei com laços
cor-de-rosa para paisagem

e meu coração...
esse eu esqueci, decorando na sua mão.

trágico ver-me obrigada a escrever sobre tal
doloroso o reflexo de minha face,
quando curvo a cabeça pro lado esquerdo
passo pelas flores, um quadro feio marrom e logo embaixo: o espelho
nele, meu rosto
colorido
das emoções
e da vergonha
deve ser castigo gostar desse desassossego mal lavado

Num instante de desatento
ela se atrapalhou entre o vento
e tropeçou na vela mais próxima.

Terminou a noite ardendo em fogo
e amaldiçoando o genitor da macumba.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

o coração está cheio de dúvida macia.
Será um ano próspero,áspero,gástrico,áspero,próspero....
é um aval da liberdade
um presente do mar
mar colorido
macio
cor bonita
tecido fino
menina areia
menina fina
menina bonita na areia fina de vestido colorido
menina colorida na areia bonita de vestido fino
menina colorida bonita

o coração é bonito, cheio de cores macias boas de se ver

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