terça-feira, 21 de abril de 2009

não sou uma pessoa no plural

Eu olho para frente porque minha coluna dói de ficar curvada para o chão o tempo todo. Esse tempo mesmo que eu não tenho pra prestar atenção nas cores do caminho.
Outro dia eu vinha andando. Guardo na luz algumas paisagens. Não é costume, é obrigação. Devo isso a minha alma. Tanto faz me fazer entender.
Lembrei de alguém que tinha um discurso bem besta sobre a falta de compromisso. Isso tenho eu com a coerência. Ela é mesmo desnecessária, mas em não fazê-la estamos mortos.
Sentada eu sinto dor na coluna, deitada eu não me levanto, em pé... eu quase não ando. Meus músculos são tão tensos que os chamo de tumor. Ainda(ou já) tenho 16 e sofro de fluxo social traumatizante(Eu mesmo, o inventor). Sinto as rugas no rosto e minha alma tem tremor. Esse é um problema sério...Quando chegar na velhice, vegeto.
Só terei as plantas e um vira-lata. Odeio gatos. Talvez um rato, baratas... O que vier no pacote.
Tenho a alma empoeirada. Brônquios e cavidades entupidas. Nasci tarde demais, eu deveria estar aqui muito tempo atrás.
Faço isso o tempo todo: ser feliz em desencanto.
A alma em desalento... Asco do sossego. O homem em sossego é um homem infiel. Não existe sossego. Existe a vida. Que o sossego não acompanha. É assim com todo o Bom. Basta para muitos. Para mim não
Meu rosto é candura. Alma é áspera.

Amareis mais que eu um dia... Não, por enquanto.